segunda-feira, 7 de março de 2011

Fúria do açúcar

Lembram-se da crise do açúcar que se instalou o ano passado, pouco antes do Natal?
Já me estava a ver sem o pudim de ovos e o leite creme da avó Manela, sem a torta do Adriano, sem as filhós da ti N’Paula, sem o bolo de ananás da tia Muñeca (é tudo gente com nomes estranhos cá em casa), quando, afinal a crise não era assim tão grande e o açúcar voltou! Voltou a estar, tranquilamente, nas prateleiras do supermercado sem medo de ser açambarcado por donas de casa desesperadas.
Não faço bolos (por falta de jeito mesmo), não adoço o leite, nem o café. Tirando o desespero que senti ao antecipar um Natal sem açúcar, não costumo sentir falta deste item na minha casa. Mas, existe cá um ratinho muito guloso que gosta de adoçar o seu leite...
Como o meu filho apenas usa duas colheres de açúcar por dia, habituei-me a trazer para casa os pacotes de açúcar que não se usam quando algum bebe um café.
Uso esses pacotes no dia a dia, ou quando vou acampar. Apenas tenho um pacote de kilo guardado, para quando quero fazer o bolo. Sim, O Bolo. Só sei fazer um bolo. O bolo de Burgos.

Bolo de Burgos

1 kg de queijo de Burgos (quatro embalagens à venda no Mini-preço ou Dia)
6 ovos
100 g de manteiga
100 g de passas sem grainhas (se puserem passas com grainhas, vão passar o tempo todo a “cuspir pevides” J)
100 g de nozes
3 colheres de farinha
100 gramas de açucar

Mistura-se tudo, põe-se numa forma untada e vai ao forno. No fim cobre-se com doce de amora, frutos silvestres ou morango.

"Lucly so do I"
Fácil. E mesmo assim nem sempre sai bem. Não são mesmo a minha vocação, os bolos.
Fácil, fácil parece ser esta arte para a minha amiga Célia que cria "Sonhos de açucar" , cada bolo que ela faz é sempre melhor que o anterior. Os bolos são lindos, até dá pena comer.
A mulher até consegue pôr o marido a fazer bolos...grande boleira! Não deixem de visitar o blog dela.




Beijo doce

sábado, 5 de março de 2011

Horta na banheira



Hoje recebi o seguinte comentário no meu blog : “olá, visitei o teu blog... uma ideia para ti. Permacultura Urbana, produzires os teus próprios legumes.”. Ao que respondi: “Olá querido, mas legumes só se for na banheira :), mas posso sempre tentar mais uma loucura :))))”.
A verdade é que eu não fazia a mínima ideia o que era permacultura urbana, mas calculei que fosse mais uma boa loucura para eu experimentar. Enquanto andava pelos sites do assunto, saltou do recôndito das minhas memórias que eu já tive uma horta!!
Sim, o meu marido passou pela fase do Agricultor...e se a memória não me falha tivemos: salsa, coentros, alhos, cebolas, pimentos, hortelã, gindungo, uma nespereira, um abacateiro, um tomateiro, morangueiros e ainda um ananás, tudo enfiado numa das varandas cá de casa! A selva, como eu lhe chamava!
Era, o homem queria ser Agricultor e na altura não havia FarmVille! Terrenos para cultivar é o que não falta nesta família, mas como ele não tinha tempo para ir até ao campo, resolveu usar uma das nossas varandas, que está fechada (marquise) e que se revelou ser uma ótima estufa, para dar aso à sua veia artística...
A horta caseira até que dava bastante jeito. Eu, que na altura cozinhava, tinha sempre salsa e coentros à mão de semear. O gindungo era, como é que eu hei-de dizer...POTENTE, tanto que dez anos depois ainda faz saltar os olhos da cara se tivermos o azar de trincar um. Já o resto da cultura...parecia a horta dos MINIMEUS. Os tomates pareciam berlindes, ai que exagero, pronto vá, pareciam uns abafadores. Os morangos eram muito mirraditos e o ananás, que todos diziam que nunca nasceria, cabia na palma da mão. Mas toda a cultura tinha umas cores viçosas, um cheiro delicioso que se espalhava pela casa e, principalmente, o que é raro nos alimentos de hoje, os morangos sabiam a morangos, os tomates sabiam a tomates e o ananás era dulcíssimo e sabia a ananás, assim era com o resto dos legumes.
Aquilo tudo junto deu para fazer uma refeição inteira!!! Para três pessoas.
Mas as fases passam... passou-lhe a fase do Agricultor... passou-nos a fase do casamento... Da horta, apenas ficaram o gindundo seco dentro de um frasco e as fotografias do ananás. Do casamento, apenas ficaram as memórias das coisas boas que tiveram o seu tempo...e um filho lindo que passados 14 anos, já faz saltar as órbitas dos olhos :)

Beijo doce