sábado, 5 de março de 2011

Horta na banheira



Hoje recebi o seguinte comentário no meu blog : “olá, visitei o teu blog... uma ideia para ti. Permacultura Urbana, produzires os teus próprios legumes.”. Ao que respondi: “Olá querido, mas legumes só se for na banheira :), mas posso sempre tentar mais uma loucura :))))”.
A verdade é que eu não fazia a mínima ideia o que era permacultura urbana, mas calculei que fosse mais uma boa loucura para eu experimentar. Enquanto andava pelos sites do assunto, saltou do recôndito das minhas memórias que eu já tive uma horta!!
Sim, o meu marido passou pela fase do Agricultor...e se a memória não me falha tivemos: salsa, coentros, alhos, cebolas, pimentos, hortelã, gindungo, uma nespereira, um abacateiro, um tomateiro, morangueiros e ainda um ananás, tudo enfiado numa das varandas cá de casa! A selva, como eu lhe chamava!
Era, o homem queria ser Agricultor e na altura não havia FarmVille! Terrenos para cultivar é o que não falta nesta família, mas como ele não tinha tempo para ir até ao campo, resolveu usar uma das nossas varandas, que está fechada (marquise) e que se revelou ser uma ótima estufa, para dar aso à sua veia artística...
A horta caseira até que dava bastante jeito. Eu, que na altura cozinhava, tinha sempre salsa e coentros à mão de semear. O gindungo era, como é que eu hei-de dizer...POTENTE, tanto que dez anos depois ainda faz saltar os olhos da cara se tivermos o azar de trincar um. Já o resto da cultura...parecia a horta dos MINIMEUS. Os tomates pareciam berlindes, ai que exagero, pronto vá, pareciam uns abafadores. Os morangos eram muito mirraditos e o ananás, que todos diziam que nunca nasceria, cabia na palma da mão. Mas toda a cultura tinha umas cores viçosas, um cheiro delicioso que se espalhava pela casa e, principalmente, o que é raro nos alimentos de hoje, os morangos sabiam a morangos, os tomates sabiam a tomates e o ananás era dulcíssimo e sabia a ananás, assim era com o resto dos legumes.
Aquilo tudo junto deu para fazer uma refeição inteira!!! Para três pessoas.
Mas as fases passam... passou-lhe a fase do Agricultor... passou-nos a fase do casamento... Da horta, apenas ficaram o gindundo seco dentro de um frasco e as fotografias do ananás. Do casamento, apenas ficaram as memórias das coisas boas que tiveram o seu tempo...e um filho lindo que passados 14 anos, já faz saltar as órbitas dos olhos :)

Beijo doce

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