domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poupar na saúde

"Eu sei que estão a tentar cortar nas despesas de saúde - mas que tipo de aparelhos de suporte vital são estes?"


Infelizmente nasci num corpo da treta. Isto é, num corpo que está todo “janado”, que não funciona como os outros, que está sempre doente.
Tem sido assim desde que nasci. Mas como diz o ditado “Mulher doente, mulher para sempre”. Por isso, com remendo daqui, remendo dali, vou ter que me aguentar, porque nesta família a malta insiste em não morrer antes dos 80. Até tive uma trisavó que viveu até aos 101 anos! Está bem que a sua filha morreu nova, com 86, mas a neta dela (a minha avó) já anda em 96 anos e segue…
E os genes são uma treta…não conseguimos despistá-los, estão lá, passam de geração em geração. Eu bem que podia ter herdado os olhos verdes que todos têm na família, em vez disso, herdei todas as doenças, todas mesmo.
Bom, sou uma doente crónica, já me habituei à ideia. Ao que eu ainda não me habituei foi à quantidade de dinheiro que gasto com a saúde.
Gasto uma média de 50 euros em medicamentos por mês, fora as consultas médicas, os exames, operações e tratamentos caríssimos a que frequentemente me sujeito e ainda os descontos no ordenado por cada vez que apresento um atestado médico.
Então, como poupar na saúde?
Esqueçam as urgências do Serviço Nacional de Saúde. Acreditem que se não morrerem da doença, morrem do tédio da espera…e pode também acontecer morrerem por falta de cuidados! Atenção, os médicos e os outros profissionais do SNS são os meus heróis, mas nem os heróis fazem o milagre da multiplicação. Neste momento é quase impossível ser-se tratado no SNS, porque estão limitadíssimos em termos de pessoal e outros recursos.
A última vez que fui parar às urgências vim embora ao fim de quatro horas, sem sequer ser vista pelo médico…ao menos em casa sofre-se com mais conforto. É triste mas é verdade.
Embora eu seja, veemente, contra a privatização do SNS, neste momento não existe melhor alternativa do que recorrer aos serviços privados. Para isto, se não se for possuidor de um subsistema de saúde, o melhor é contratar um seguro de saúde. Mas não um seguro qualquer, convém fazer um seguro de saúde numa Associação Mutualista. Estas têm uma grande vantagem em relação às seguradoras privadas. Uma vez que, os lucros são sempre distribuídos pelos associados mutualistas e não pelos “donos” das seguradoras privadas, esses lucros são sempre reinvestidos no melhoramento da rede de saúde e bem estar. Um bom exemplo é a MGEN. Esta mutualista já opera em território nacional, mas, ao que sei, ainda só trabalha com o SPGL.
Se forem doentes crónicos usem e abusem dos poucos direitos que a lei nos consagra. Tratem de receber os subsídios/ isenções a que têm direito.
Tirando a isenção de taxas moderadoras, não tenho mais benesses, mas existem outros direitos conforme as doenças… Aqui fica a sugestão de um blog onde se pode encontrar muita informação sobre o assunto: http://escritosdispersos.blogs.sapo.pt/263194.html.

Comprar medicamentos genéricos é outra forma de poupar como nos ensina a PROTESTE:


Mas a melhor forma de poupar com a saúde é mesmo não ficar doente. 

Beijo doce

1 comentário:

Anónimo disse...

Aplaudo este post, bastante pedagógico e mostra bem como o ser humano consegue arranjar alternativas quando está aflito, nunca se sentindo só e abandonado. É pena não termos ministras como esta pensadora e o país saía da crise de certeza!